quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Cosmos

É dado assente que o universo se encontra em expansão. Isto foi demonstrado e sustentado pela, entre outras provas, existência dos quasares (como eu adorava poder ver um!).

Até há bem pouco tempo era aceite por praticamente toda a comunidade de astrónomos e astrofísicos que o universo continuaria em expansão enquanto a energia que está a fazer afastar uns dos outros os corpos celestes fosse maior do que a gravidade, mas que em determinada altura o efeito de elástico desta, fizesse com que a matéria invertesse a marcha. Nesse momento aconteceria o princípio do, chamemos-lhe, inverso do Big Bang. Tudo o que há no cosmos começaria a mover-se num único sentido; tudo convergiria para um mesmo e único ponto no espaço e continuaria o seu percurso até o alcançar.
Se restasse alguém vivo para contar a história depois de tudo abraçar esse ponto, talvez lhe chamasse o Big Glup.

Acontece que descobertas recentes vêem postular exactamente o contrário (não estou seguro que já haja provas concretas, daí, por precaução, lhe ter chamado postulado). Mas então, o que foi que se descobriu agora? Muito simplesmente que a gravidade cósmica nem sempre “obedece às mesmas regras” da terráquea e que, em circunstancias particularíssimas, em vez de atrair pode repelir (espantoso, não é?).
Ora isto implica que os corpos celestes quando chegarem àquele ponto em que supostamente voltariam para trás, não só não o farão como ainda acelerarão o seu movimento em direcção ao infinito. Aliás, a uma quantidade de infinitos. É claro que nunca atingirão nenhum infinito – como se isso fosse possível. A energia fatalmente ir-se-á perdendo, gastando, consumindo até não restar… nada. Apenas um gigantesco universo de escuridão.

Bom, quer seja duma maneira ou de outra, que ninguém se preocupe. Será daqui a tanto, tanto tempo, tempo quase imedível, que do ser humano nem sequer memória haverá. Nem dos humanos nem de quaisquer outras formas de vida biológica. Se for esta a única forma da vida ser vida, ela desaparecerá.

A vida terminará, o que, na minha opinião, faz todo o sentido.

5 comentários:

Catarina disse...

Cosmos. Macro cosmos. Micro cosmos.
Ontem disseram-me algo óbvio: são sempre precisos DOIS.

Para amar. Para odiar. Para começar. Para acabar. Engraçado pensar que este BIG GLUP será a forma do universo nos bater finalmente com a porta... Convenhamos. Somos demasiado previsíveis. Demasiado aborrecidos. Demasiado agressivos. Demasiado destrutivos. Vamos apanhar com o que merecemos... ou com o que pedimos toda a vida?

Micro cosmos. Macro cosmos. A perspectiva muda. A realidade é sempre a mesma. Listen to the BIG BANG because this time, it won't be a next time... Who are we fooling? We are at our own. Wearing our yellow thongs and our style full shorts. Staring at our lives from the back door of an already gone sunset... The world is dropping on the top of our heads but what really concerns us is... Are we looking cool?! Shoot a combo, will you...?

Tiago Nené disse...

excelente texto:)

faço te o mm convite q fiz à catarina:

participem na sociedade de bloggers Blogue das artes.

aqui:

www.bloguedasartes.blogspot.com

Anónimo disse...

"Apenas um gigantesco universo de escuridão"
Se o Universo expande-se então posso afirmar que fora dele há qualquer coisa. Correcto?
Tudo vem do nada, o nosso Universo surge do nada, o BIG BANG.
Qual será o tamanho desse nada?
Será que nesse nada, vazio ou lá o que é, existem outros Universos todos em expansão?
Como é que do nada surge uma explosão? Depois Vida, isto. Não acham que há mais qualquer coisa que a Ciência não consegue explicar?
O que somos? Para onde vamos?
As teorias cientificas são convincentes mas penso que não são exactas.

Rui disse...

Paulo, essa última frase deixou-me baralhado. São convincentes mas não são exactas? Se não são exactas como é que convencem? Perguntado de outra maneira, como é que alguém se deixa convencer? Pelo paleio? Que estranho... Ainda por cima, alguém que se prese de ser realmente uma pessoa de ciência não terá nunca tendencia a convencer os outros seja do que for. Apresenta as conclusões fundamentadas e fica-se por aí.

Confesso que não entendo o teu pensamento.

:)

Anónimo disse...

Caro Rui, vamos lá ver se me consigo explicar :).
Tu começas assim o teu texto: "É dado assente que o universo se encontra em expansão...", se é dado como assente então pelas tuas palavras tá provado. Sim? depois num outro parágrafo dizes: "Acontece que descobertas recentes vêem postular exactamente o contrário (não estou seguro que já haja provas concretas..." então Rui!! quem está baralhado sou eu, essa ciència afinal é ou não é exacta? convenceu-te? convenceu-te sim Srº mas como vez não é exacta!! percebeste. Caro Rui antes pelo contrário quem se convenceu com paleio nao fui eu :).
Como tu deves saber na Astronomia existem muitas e muitas teorias, cada uma delas bem fundamentadas , mas nenhuma está provada, muito menos o BING BANG que nao passa de 1 teoria, não à provas concretas, se as tiveres diz-me. Já me fiz entender?

"Se não são exactas como é que convencem?" não sei diz-me tu?

"Apresenta as conclusões fundamentadas e fica-se por aí."

Posso-te fundamentar com textos de alguns astrónomos, Isaac Asimov, Carl Sagan lol mas continuam a não ser exactas, teorias, teorias..

:) deixo-te esta pequena citação Um bom Ano

"Estou espantado com as pessoas que querem conhecer o Universo quando nem conseguem dar o com o caminho em Chinatown" Woody Allen